A magia de um Carnaval

fevereiro 06, 2018




Aaaah o Carnaval...

O Carnaval tem uma magia singular. Uma espécie de véu colorido que deixa todos os que estão sob sua proteção imensamente felizes e festeiros, ao mesmo tempo em que triplica os níveis de ansiedade nos corações foliões. São muitos preparativos que envolvem desde as crianças até os idosos: planeja a fantasia, separa o  glitter, faz a programação de blocos e desfiles, corre no supermercado para garantir comidas e bebidas para o feriado inteiro, compra o gelo, combina tim tim por tim tim no whatsapp. É um lindo paradoxo entre organizar e planejar para que tudo transcorra da maneira mais inesperada possível. 

É bonito ver as crianças encarnando seus personagens favoritos pelas ruas, cheias de confete por todas as partes possíveis do corpo e brincando ao som de músicas tão antigas quanto seus avós. É cômico observar a criatividade das pessoas para criarem fantasias tão originais e engraçadas que merecem até uma pausa para uma foto. É singelo ver nos olhos dos foliões mais velhos as lembranças marejadas de antigos carnavais, nos quais muita coisa parece ter permanecido lá, intocada, congelada no tempo. 

Há ainda beleza naqueles que usam o feriado de festa para uma imersão espiritual, ou mesmo para se desligar do mundo e curtir um pouco de paz e tranquilidade. Ninguém é obrigado a gostar do calor humano das ruas ou da música alta reverberando nos ouvidos. A universalidade do Carnaval consiste justamente nas diversas possibilidades de aproveitar os dias da maneira que mais deixa o indivíduo feliz, sem imposições ou obrigações. Contanto que não se estrague a alegria de ninguém, pode-se fazer o que quiser. 

Mas como não se apaixonar pelos sorrisos vindos de todos os cantos durante a festa? Como não se deixar contagiar pela expectativa de um desfile ou pela emoção de um folião na avenida? Como ficar inerte aos tambores das baterias pelas ruas? Como não dar um tempo dos problemas e da crueldade do mundo diante de uma oferta tão gratuita de alegria? Por mais que o Carnaval também tenha suas próprias questões para lidar, a tentação de se permitir levar pelo embalo dos confetes e serpentinas é maior. 

Seja à beira do mar, seja por ladeiras históricas ou mesmo na serra, acima das nuvens, ao final dos cinco dias todo mundo terá um causo de Carnaval para contar. Talvez alguém tenha encontrado o amor da sua vida, talvez outro alguém tenha descoberto sua vocação, talvez ainda alguém tenha vivido as experiências mais memoráveis de sua existência ou simplesmente tenha passado por situações tão hilárias que serão contadas em todos os encontros de família e amigos até que todos os envolvidos estejam de cabelos brancos. 

Pode ter sido o primeiro Carnaval de alguém, pode ter sido o último de outrem, pode ter sido só mais um em meio a tantos que já foram ou estão por vir. Não importa. Carnaval é sempre um universo paralelo dentro do ano que já começou sem ter começado muito, que dá a oportunidade de escapar e dar vida a fantasias e sonhos impossíveis na vida real. É aquele momento pelo qual você esperou o ano inteiro, mas que passa tão rápida e intensamente que você sempre acha que aconteceu há mais tempo do que realmente foi. É o momento mais propício para encontros e desencontros, para experiências loucas ou profundas, para sorrir e ser alegre sem motivo aparente, para dar uma pausa na rotina robótica e se permitir VIVER de verdade. 

Eu não sei como você vai passar o seu Carnaval, mas espero que ao final dele você sinta um cansaço contente e já cheio de saudades, porque isso significa que você entendeu e viveu o melhor dessa festa. 

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