Star Wars nunca morre

dezembro 15, 2017

[ESTE POST NÃO CONTÉM SPOILERS]




Não sei vocês, mas já não me preocupo em criar expectativas altas para os novos filmes de Star Wars. Sei que eles não irão decepcionar. E não é porque usam e abusam da nostalgia e do fan service, mas sim porque conseguem renovar a história e torná-la atual tanto para os coroas fãs desde a década de 1970, quanto para as crianças que conheceram a saga agora, sem perder o encanto para nenhuma das partes. 

Star Wars VIII - The Last Jedi deixou a gente no chão desde o primeiro teaser divulgado. No meio do caminho ainda perdemos Carrie Fischer, a nossa Princesa General Leia, em um dos últimos atos maldosos de 2016, o que só aumentou o frisson entorno do longa. O título no plural (em português, Star Wars VIII - Os Últimos Jedi) fez com que a internet explodisse de teorias sobre as revelações do penúltimo filme da nova trilogia. 

Por isso era impossível para um fã ansioso esperar muito tempo para assistir depois da estreia. Se desse para assistir antes mesmo do filme finalizado, a gente iria querer. Ontem, 14/12, fui ao cinema para, mais uma vez, viajar no tempo para uma galáxia muito muito distante. 

Antes de comentar (sem spoilers) coisas muito importantes sobre o filme, preciso te avisar que há dois momentos de tela preta (são rápidos, mas a gente fica tão ansioso que já acha logo que deu ruim na projeção) e um momento totalmente sem áudio durante o filme. Ou seja: não precisa se desesperar, tá tudo no script! Ah, não há cenas pós-créditos!

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O longa amarra pontas soltas deixadas pelo primeiro filme, mas também abre muitas novas possibilidades. De forma alguma ele é uma barriga entre o primeiro e o último filme, como acontece em muitas trilogias (vide O Hobbit, né?). Ele é importante para a história geral, traz revelações, resoluções e novos problemas. Encerra ciclos para iniciar outros ainda mais empolgantes. 

Muitas pessoas reclamaram que Star Wars VII - O Despertar da Força foi uma versão repaginada de "Uma Nova Esperança". Pois bem, essa galera provavelmente não irá reclamar do roteiro do novo filme. A gente acha que sabe exatamente o que vai acontecer, mas logo percebe que não será nada previsível. É difícil comentar sobre isso sem dar spoilers, mas você precisa confiar em mim: seus sentimentos ficarão confusos porque sua cabeça não conseguirá decidir se comemora ou se sofre, se confia ou desconfia, se ama o personagem ou se o odeia. Haja coração, amigos!

Apesar de às vezes ser difícil não se deslumbrar completamente com o filme, faça um esforço para perceber as sutilezas e mensagens que ele traz. Há fortes críticas à indústria bélica, à desigualdade social, ao racismo, aos maus tratos contra os animais, ao trabalho infantil e, até mesmo, ao conceito de herói. Isso sem contar a alfineta nada discreta que é dada ao império norte-americano em uma cena que merece ser vista mais de uma vez. Particularmente acho importantíssimo que todos esses temas sejam abordados em um filme que será visto por tantas crianças e adolescentes. É a função social do cinema em prática muito naturalmente. 

Impossível também não ficar de queixo caído com a tecnologia usada para tornar Star Wars real. Ao contrário do que acontece em Liga da Justiça, por exemplo, os efeitos são excelentes. O filme não parece um super videogame. Ele transmite realidade (tá até escorrendo uma lágrima aqui). 

Você vai shippar um novo casal. Vai chorar com a última cena da General Leia Organa por saber que foi a última vez em que a verá viva em um filme novo, porque Carrie Fischer nos deixou. Vai sentir uma nostalgia maravilhosa em vários momentos do filme e ficará satisfeito com o fan service bem feito (porque a gente ama isso mesmo!). Vai ficar surpreso, vai vibrar, comemorar, torcer, achar que acabou tudo para, dois segundos depois, pensar que agora vai. Você vai se apaixonar por novos personagens, vai rir das piadas mesmo sabendo que elas foram postas ali para ajudar a ambientar melhor o público infantil. Vai querer voar nas novas naves e nas antigas, vai querer (de novo) ter um droid como seu melhor amigo. Você vai se envolver completamente com o universo Star Wars mais uma vez e isso será tão incrível quanto o dia em que conheceu a saga. 

Ao acender das luzes você perceberá que nunca deixará de amar Star Wars. Que será muito difícil não querer falar disso para os seus filhos, ou não usar referências sobre o universo no seu dia a dia. Você cresceu com Star Wars, ainda que tenha assistido o primeiro filme já na vida adulta, e isso fará todo sentido para você, porque tudo continua se renovando e acompanhando as fases da sua vida. 

Star Wars VIII - The Last Jedi vale a pena não somente por aquilo que exibe e que mostra em termos técnicos. Ele vale a pena porque faz parte da sua história sem ficar abaixo das suas expectativas, faz você se sentir em outro lugar, compartilhando algo que diferentes gerações conseguem acessar sem que uma interfira negativamente na experiência da outra. Vale a pena porque te fará pensar um pouco sobre questões que geralmente passam despercebidas no dia a dia. É um filme para assistir tanto com seus amigos, quanto com o (a) Mozão ou com seus filhos. Tem drama, ação, comédia, suspense e romance tanto quanto a vida real.

As minhas estrelas para esse filme são tantas quantas existem no espaço. 
Vale a pena ir ao cinema assistir Star Wars VIII - The Last Jedi.
Que a Força esteja com você.   
(e que o filme te seja tão especial quanto foi para mim.




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1 comentários

  1. Ainda não vi, mas do comecinho de 2018 não vai passar! Você sempre dá aquele empurrãozinho final!

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