Extraordinário - O Filme

dezembro 05, 2017



Antes de começar este post, queria dizer duas coisinhas importantes:
1) Não tem spoilers porque eu sou boazinha. Vocês já sabem.
2) Não levarei em consideração a fidelidade da adaptação do filme em relação ao livro. Este post é exclusivamente sobre o filme, ok?
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Agora vamos ao que interessa:
E X T R A O R D I N Á R I O

Difícil mensurar o quanto esse filme tem a ver com a proposta deste blog. Se eu fosse personificar o site, com certeza o Auggie seria quem melhor o representaria.
Deixa eu apresentar o Auggie a vocês: August Pullman, ou simplesmente Auggie, é um menino que nasceu com uma série de malformações e precisou realizar diversas cirurgias para conseguir sobreviver. Elas deixaram marcas em seu rosto, as quais causam estranheza por parte das pessoas, em especial as crianças. A história gira em torno do primeiro ano de Auggie na escola (até então ele estudava em casa com sua mãe) e dos desafios e descobertas tanto dele quanto de sua família nessa nova fase que todos acabam vivendo.

O Auggie poderia ser meu filho. Na realidade, eu poderia ser o Auggie. Não estou falando de aparências ou de situações vividas. Estou me referindo aos gostos de Auggie. Um pequeno nerd extraordinário para o mundo. Mais amor do que isso é impossível!

Confesso que, pelos trailers, esperava chorar até desidratar, como aconteceu com "A Cabana". Mas que surpresa boa foi poder assistir um filme que traz um assunto tão delicado e difícil de maneira tão suave, simples e divertida! Extraordinário não é um filme só para adultos, mas sim para toda a família. Crianças, pais, avós, responsáveis, irmãos, amigos e mesmo se você se sentir uma pessoa sozinha no mundo inteiro, todos irão perceber que algum dos personagens fala diretamente consigo.
Achei as situações bem realistas. Não existem soluções mirabolantes, apesar do roteiro cair em alguns clichês, mas os problemas enfrentados por cada personagem são reais: Bullying, crises da adolescência, decepção com pessoas, família e problemas familiares, sonhos, planos, brigas e reconciliações, vida baseada nas aparências e, sobretudo, a força que o amor (seja ele qual for) tem de transformar vidas.

Julia Roberts está encantadora (aliás, quando ela não está?). Ela parece realmente a mãe biológica de Auggie. Owen Wilson interpreta o pai de Auggie, cujas características o deixam em sua zona de conforto de atuação. Jacob Tremblay (sim, aquele menininho que fez o mundo inteiro chorar em "O Quarto de Jack") é Auggie, em mais uma atuação brilhante (esse menino vai longe, gente!). Izabela Vidovic faz a irmã de Auggie, um papel do qual eu esperava um pouquinho mais da atriz, mas que não chega a comprometer o filme, na minha opinião. O elenco infantil, de maneira geral, é muito bom. As crianças são muito expressivas e, por mais caricatos que sejam seus papéis no roteiro, elas os fazem com tanta naturalidade que não fica para o espectador aquela sensação de forçada de barra. 

Achei muito inteligente a maneira como a trilha é usada no filme. Há momentos de total silêncio, o qual é fundamental para que a cena não fique pedante nem extremamente dramática. Em compensação, nos momentos em que há trilha, música e cena parecem ser uma só coisa de tão alinhadas. 

"Extraordinário" é um filme engraçado. Ele mostra, por meio do humor muito bem dosado, como a educação (tanto familiar quanto nas instituições de ensino) é importante para a formação da personalidade de uma pessoa e de como ela enfrenta as barreiras que o mundo coloca em seu caminho. O diálogo é outro ponto importante na mensagem do filme: todas as questões e problemas que surgem são resolvidos com conversa. Não brigas ou discussões, mas conversas de verdade. No caso do antagonista, por exemplo, fica claro como a falta de diálogo saudável o afeta negativamente, enquanto a presença do diálogo constante na vida de Auggie o beneficia em todos os aspectos de sua trajetória. 

Como o filme foi pensado para a família, a mensagem pode ser compreendida tanto por crianças quanto por adultos. É mais ou menos como acontece em "Divertidamente": as crianças dão risadas durante o filme e aprendem sobre temas importantes, mas de maneira leve. Enquanto isso, os adultos tomam alguns socos no estômago com a verdadeira mensagem por trás da história. 

Conforme já mencionei anteriormente, "Extraordinário" não é um filme para te fazer chorar compulsivamente, mas é impossível não se emocionar em pelo menos um momento, porque é tudo de uma sensibilidade tão grande que torna difícil não se deixar envolver pelos sentimentos. Dá vontade de abraçar os personagens, de dar conselhos, de se revoltar junto com eles e meter o louco... 

Extraordinário é um filme que se faz necessário em um mundo como o de hoje, onde existe tanto preconceito e indiferença, em especial com aqueles considerados "fora do padrão". Ele traz uma luzinha de esperança, fomenta a empatia em quem assiste. Se você for ver o filme e se sentir completamente indiferente a ele, com certeza precisa de ajuda. Não estou dizendo isto com sarcasmo algum. Você precisa MESMO de ajuda, porque seu coração se encontra tão endurecido que nem uma criança fascinante como Auggie foi capaz de tocar aí dentro. Extraordinário traz uma visão de mundo doce, ao mesmo tempo em que é realista. É duro, ao mesmo tempo em que é doce e sutil. É forte ao mesmo tempo em que é inocente. Um filme excelente e digno de ser assistido mais de uma vez. E quer saber do melhor? Algumas pontinhas ficam soltas no roteiro, o que indica a possibilidade de um segundo filme sobre a história. Será?

"Extraordinário" estreia no Brasil nesta quinta, 07 de dezembro, nos cinemas. Corra para assistir logo e venha me contar depois o que sentiu quando o filme acabou. Quero saber como foi a experiência para você! 

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"Se tiver que escolher entre estar certo e ser gentil, escolha ser gentil."

Vale a Pena assistir.

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